18.4.10

Izmir e a Diana

chegados eu e os três mosqueteiros num manha de novembro, lembro-me do quão agradável estava o tempo. numa cidade em que me faz lembrar as tão longe cidades costeiras portuguesas. contemporânea, movimentada e jovem, izmir foi uma boa surpresa apesar de não ser fulcral nela as riquezas orientais que se esperam na turquia.

 

uma viagem de ferry _ atravessando, volta-se passados poucos instantes!! capricho do Malte!


surpresa foi o agradável ambiente nocturno, que enquanto na companhia de uma “embaixadora” erasmus alemã, encontramos no extenso verde jardim à beira-mar um botellon turco-international

boa impressão_ um dia, uma noite _ próxima aventura;


Efesos e “seven sleepers

conhecida pela bem conservada cidade romana em ruínas, pareceu-sos menos entediante caminhar pela natureza descobrindo as saudáveis e saborosas laranjas

conhecida ainda por ter sido ponto de passagem de Maria, a mãe do JC, também se pode encontrar “seven sleepers”

pois bem, se sete já uma vez dormiram numa caverna por ali também nós o faremos!!

Instruções

1.    1_Todos deverão levar saco-cama (ou serão 4 pessoas em 3 saco-camas! resultado: muito frio e desconforto, e um inquietante proximidade física!)

2.    2_Escolher a caverna perfeita (com bom controlo sobre as entradas possiveis para os animais selvagens!!ou passas a noite em claro com medo de tudo possível de acontecer, inclusive possíveis caçadores)

3.    3_ Colectar a madeira para a fogueira, e as folhagens para o colxão (que será sempre muito desconfortável, e ao contrário do que se pensa, sempre duro!!)

4.    4_  Fazer a fogueira, cozinhar o kofte comprado na vila a 60 min. De distancia, e fazer o fumo entranhar-se em tudo o que é roupa ou pele ou o que quer que seja!

5.    5_  Não dormir de noite com medo de todos os barulhos que vêem da folhagem a entrada da caverna

6.    6_  Acordar, colher as laranjas pelo caminho e passar à aventura seguinte


*efes é o nome da cerveja mais comum na Turquia, mas nunca percebi a relação (se é que existe)


Pamukkale e as sapatilhas pelo canal abaixo

apanhado o autocarro com as olheiras evidentes e a pele fumada, em poucas horas nos encontramos na pequena turística aldeia de pamukkale

 

museum card_ e entra-se de graça na incrível montanha branca qual bela paisagem de inverno, mas com uma temperatura agradável!

Branca não pela neve, mas pela constituição calcária da colina. transformada em património mundia da UNESCO em 1988, aquele conjunto de piscinas termais é uma das mais belas pisagens da turquia  

tirar os sapatos até pode ser fácil, o difícil é segura-los, pois quando tal: só ouço os sempre incríveis turistas coreanos a rirem-se como se não houvesse amanha; o Carlos a correr; e a sua sapatilha já ia numa entusiástica viagem pelo canal abaixo.

pois bem, fumada que estava a pele depois da aventura de efesos, so havia uma coisa a fazer _ por mais que fosse proibida pela UNESCO! não é todos os dias que nos podemos banhar no topo desta bela colina com esta incrível vista

janta-se uma pide feita em forno de lenha e volta-se para a sempre emocionante istanbul

 

*pamukkale traduzido à letra: castelo de algodão

*atrás da bela colina branca, existe ainda um extensa cidade romana mais ou menos conservada, mas sublinho , extensa!


16.4.10

mausoléu e o sonho da ocidentalização_ankara

feita capital em 1923, sinto-a mais ocidental que a istanbul europeia. este desejo de progresso e desenvolvimento (que segundo Atatürk passava pela aproximação às culturas ocidentais), permanece ainda hoje no ideal dos turcos da capital. cidade em que o seu desenho urbano e a sua escala é bastante semelhante ao que se vé na velha europa. com os seu edifícios monumentais que foram em tempos o parlamento, ou ainda as moradias luxuosas que são agora os vários consulados, não falta no entanto a parte histórica com o seu castelo de excelência a pontuar o alto da colina de Ulus

atravessando o seu casco histórico (ligeiramente manipulado pela política do turismo) rapidamente se atinge as muralhas no cume. e aí sim, num ponto privilegiado tem-se a vista de toda a cidade. apesar de toda a profundidade que se tem pois a grandeza da cidade, facilmente o olhar se prende nas imediações, nos “gecekondular” que constituem os bairros carenciados junto às muralhas


em determinado “campo aberto”, a determinado hora: a fila se forma já há minutos sem eu perceber muito bem o que faziam mulheres e crianças sossegadamente alinhadas no meio do nada. em comum tinham a roupa suja e rota, a pele escura e o olhar cansado, a expressão impaciente e nas mãos um saco plástico

é então que o veículo branco de transporte de pão chega e dá a mercadoria


mas foi no “olímpo” do “pai dos turcos” que mais uma vez o que vivi me impressionou. sempre soube da admiração e respeito saudosista pelo Atatürk  (aka d. sebastião e o sebastianismo), mas aquilo que fazem por ele depois de morto ainda me surpreende


no cimo de uma colina, ponto visto de toda a cidade foi erigido o mausoléu para o Mustafa Kemal Atatürk. Um edifício com um presença monumental usando e abusando do melhor travertino que se encontra. no complexo para além do corpo de Atattürk (curiosamente guardado numa sala subterrânea sem acesso para turistas) existe ainda o museu: contendo os bens pessoais do dito (inclusive o seu cão embalsamado) e retratando de forma mais ou menos epopeica a guerra da independência

como no dia 10 de novembro (dia da morte de Atatürk) em que por toda a turquia às 9:05  a.m. tudo e todos param para lembrar o “ascensor do povo turco”, também no “olimpo” ao som do hino imediatamente homens, crianças, mulheres, velhos, adolescentes silenciam a grande praça, param, redireccionam o olhar para o mausoléu e partilham uma admiração comum


(1)gecekondular” – singular gecekondu, “gece” – noite  “kondu” – feito

                     Casas feitas “do dia para a noite” sem devida permissão

 

(2)Mustafa Kemal  mudou de nome em 1934 para “Atatürk” – “ata” – pai, ascensor  “türk” turcos, povo turco   . literalmente “pai dos turcos”


(3)Algumas das reformas de Atatürk:


1922 Sultanate abolished

1923 Treaty of Lausanne secured. Republic of Turkey with capital at Ankara proclaimed

1925 Dervish brotherhoods abolished. Fez outlawed by the Hat Law. Veiling of women discouraged 

1926 New civil, commercial, and penal codes based on European models adopted. New civil code ended Islamic polygamy and divorce by renunciation and introduced civil marriage. Millet system ended.

1928 New Turkish alphabet (modified Latin form) adopted. State declared secular; constitutional provision establishing Islam as official religion deleted.

1933 Islamic call to worship and public readings of the Kuran required to be in Turkish rather than Arabic.

1934 Women given the vote and the right to hold office.

1935 Sunday adopted as legal weekly holiday. State role in managing economy written into the constitution.”

13.4.10

o entusiasmo icendiário turco



oh Orhan como vivo agora as emoções por ti antes descritas!!

 

nesta fantástica tarde de sol, em que tudo é mais animador, junta-se a multidão com um brilho estranho no olhar. não tanto pela curiosidade, mas pelo prazer que lhes dá presenciar a devastação pelas chamas. porque também eu o senti: também eu parei, esperando pelos bombeiros! 


e na mente só passava a ideia do quanto possível seria uma explosão no centro de Besiktas.

 

mesmo não sendo um Konak, (porque esses momentos destruidores que anularam as sempre lembradas habitações em madeira, só outros em tempos passados puderam assistir), fiz parte da multidão que, mesmo que inconscientemente, aproveitavam o incidente como o espectáculo do dia.

 

corriam as bandejas de çay por entre os que se amontoavam, ocorriam os bombeiros_via-se mais do que nunca as chamas que saíam pelas janelas entreabertas...

por fim controlado, serenado, sossegado...um sentimento de entusiasmo que ainda palpita faz a todos continuar o seu caminho com as imagens na memória.